RÁDIO
FLUMINENSE FM 94,9 MHz – A MALDITA
A Rádio
Fluminense FM, Rádio Difusora Fluminense FM, foi inaugurada em 1972, em Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. Na
primeira década, transmitiu corridas de cavalo e tinha profissionais vindos da
Fluminense Difusora AM.
Em meados de 1981, a direção
aceitou a reformulação da rádio, com a entrada da equipe formada pelos
radialistas Amaury Santos e Sérgio Vasconcellos, comandados pelo jornalista Luiz Antonio Mello, todos à
época beirando os 26/27 anos. De início, Mello seria responsável por apenas um
programa, que teria o nome de Rock Alive, mas, apesar de não ter
agradado um dos avaliadores, conseguiu não somente ser aprovado, como também se
transformar em uma rádio 24 horas dedicada ao rock.
No dia 1º de
março de 1982, às 6
horas, teve início uma mudança radical no meio radiofônico e musical
brasileiro: a nova Fluminense FM entrou no ar, no dial 94.9 MHz, com uma
locução exclusivamente feminina, sendo a locutora Selma Boiron a responsável
pela inauguração da rádio.
A emissora tinha problemas financeiros e, depois
de 1985, sofreu a concorrência não só da rádio universitária Estácio FM, como
também de rádios pop como Rádio
Cidade e Rádio Transamérica, que nos
anos 80 colocaram inserções de rock na programação, além de alguns programas
que imitavam o perfil da Fluminense FM.
Em 1990, a rádio vira rádio pop e permanece
assim por um ano. Em 1991, volta para o rock, mas em vez de seguir a linha
marcante dos anos 80, preferiu adotar uma influência da MTV que desnorteou
muitas emissoras de rádio voltadas ao rock, além de causar a invasão de muitas
rádios de pop convencional ou mesmo "populares" no segmento rock, sem
ter qualquer identificação natural com o segmento.
Essas rádios, puxadas pela 89 FM de São
Paulo, adotavam uma programação que incluiu locução pop e repertório hit-parade de rock, aspectos nem sempre bem vistos pelo público roqueiro. O êxito
comercial de várias dessas emissoras fez decair as rádios de rock originais,
que tentaram competir com aquelas, influenciadas sobretudo pelo êxito comercial
da 89 FM.
Em 30 de setembro de 1994, a Rádio Fluminense FM
encerrou sua trajetória como rádio de rock, num irônico trocadilho com a
frequência 94.9 (ano 94 e mês 9), dando lugar à primeira afiliada da Jovem Pan
Sat no Rio de Janeiro, que durou até 2000.
Depois entrou no ar a rádio de pop dançante
Jovem Rio, e uma breve experiência da Fluminense FM no rock (depois de uma fase
experimental de um ano na Rádio Fluminense AM), convertida depois no formato
pop adulto que durou até 2005, quando firmou contrato com o Grupo Bandeirantes
de Comunicação para retransmitir a Band News FM.
Vários detalhes podem ser conferidos nos livros
"A Onda Maldita" (1992), de Luiz Antonio Mello, e "Rádio Fluminense FM: a porta de
entrada do rock brasileiro nos anos 80" (2006), de Maria
Estrella. Os livros são complementares e contam a história de uma rádio que
merece viver sempre na memória dos fluminenses que aproveitaram o melhor dos anos 80.
Em meados de 2005 a rádio passou a transmitir
notícias com a rede Band News FM, atualmente é chamada de BandNews Fluminense FM. Seu
principal âncora, Ricardo Boechat, foi chefe de reportagem de
Luiz Antônio Mello - que chegou a ter uma coluna de comentários na rádio
noticiosa - e esteve entre as várias pessoas que escreveram comentários para o
livro "A Onda Maldita".